Apesar do estilo marcante imitado por um sem-número de jovens, o que mais me impressiona a respeito dele é algo que ele dizia fora das telas. Em sua rebeldia, que extrapolava os filmes, ele disse: “Morra jovem e tenha um cadáver bonito”. Esse pensamento justificava seu modo irresponsável de vida. Infelizmente, o fim da sua vida fez jus à sua filosofia: James Dean morreu com 24 anos em um acidente de carro. Na necrópsia, além da coluna vertebral partida e da hemorragia interna que lhe levou a vida, o médico constatou inúmeras cicatrizes no peito feitas ao apagarem nele cigarros a seu pedido em um bar de Hollywood que costumava frequentar.
Apesar de parecer a muitos que essa foi uma morte “poética” que coroou a carreira e a fama do ator, acredito que, dificilmente, James Dean pensaria o mesmo agora. Tenho por certo que seus pensamentos seriam sobre o quanto ele perdeu da vida ao morrer jovem, sobre a família que teria se estivesse vivo, sobre outros filmes que viria a tomar parte e coisas desse tipo. Mas, principalmente, o quanto era tola a “sabedoria” que ele julgava ter e que transmitiu com orgulho para outros.
O Salmo 1 demonstra que a felicidade perene tem uma fonte certa e que, fora dela, ainda que haja sucesso momentâneo, o resultado final é tristeza e dor. Na verdade, o autor do salmo traça uma nítida distinção entre o homem feliz, ou “bem-aventurado”, e o homem ímpio que vive distante de Deus.
O v.1 estipula três requisitos, na forma negativa, para a felicidade de uma pessoa. Trata-se de três “nãos”. Tal homem “não segue a proposta dos injustos” (lo’ halak ba‘atsat resha‘îm). Os ímpios aconselham-no a agir de certo modo, provavelmente igual a eles, com injustiça e engano, mas tal homem não atende seus clamores nem acolhe suas falsas sabedorias. Ele também “não permanece no caminho dos pecadores” (bederek hatta’îm lo’ ‘amad). A companhia de homens que desprezam o Senhor com seus atos não agrada o homem “bem-aventurado” de modo que não há comunhão entre eles. Seu contato com pessoas que vivem em pecado é cuidadoso e limitado. E, finalmente, ele também “não toma lugar na reunião dos cínicos” (bemoshav letsîm lo’ yashav). A falsidade e a zombaria da verdade e da justiça não são o ambiente visitado pelo homem que é bem-aventurado. Ele, cautelosamente, se mantém longe de tais ajuntamentos.
Esses três cuidados garantem uma parte da felicidade aos homens que fogem do estilo de vida mundano. A outra parte da felicidade é alcançada quando tal homem busca conhecer a vontade de Deus para cumpri-la. O v.2 diz que, além do afastamento dos caminhos que levam a uma alegria fácil e rápida, o homem que se torna feliz de verdade também se aproxima da “lei do Senhor”. Essa expressão é uma referência ao ensino das Escrituras. Tal pessoa busca conhecer a vontade de Deus de modo tão sério que “medita durante o dia e a noite” (yehgeh yômam walaylâ) sobre aquilo que lê na Bíblia. A ideia expressa pelo salmista é a de alguém que fica recitando para si, sem se cansar, as verdades que aprendeu a fim de memorizá-las e compreendê-las. Isso e a consequente obediência às orientações do Senhor completam a felicidade que o mundo não pode conhecer por seus próprios meios nem oferecer a qualquer um que seja.
O resultado de se afastar do mal, e de se aproximar das orientações de Deus para atendê-las, produz no que assim age algo que pode ser expresso por meio de um símile, uma comparação entre essa pessoa sábia e uma árvore. Mas não é uma árvore qualquer. Trata-se de uma árvore em condições privilegiadas. A árvore que serve de comparação com o homem que é feliz por seguir a Deus (v.3) é plantada “perto de um ribeiro de águas”, recebendo, em termos de alimento, todos os nutrientes e toda a água de que precisa para se desenvolver. Assim como o homem cuja fonte de sabedoria é a Palavra de Deus, tal árvore produz frutos e não é vítima da seca. Essa é uma descrição figurada, mas muito clara, da segurança e da produtividade da vida daquele que ama o Senhor e segue seu ensino.
Por sua vez, os ímpios não são assim (v.4). Usando ainda uma linguagem figurada de natureza agrária, o salmista compara os injustos a “palha que o vento leva”, conferindo uma dupla ideia de transitoriedade, a saber, de ser seco e improdutivo como a palha e inaproveitável por ser levado para longe pelo vento. Não é uma comparação que transmite uma ideia de segurança e de um futuro feliz. Para que fique bem claro, o salmista abandona a linguagem figurada e é claro no ponto que defende (v.5). Diz que “os ímpios não ficarão em pé no juízo” (lô’-yaqumû resha‘îm bammishpat) porque não têm nada que lhes abone as faltas diante de Deus e que os impeça de serem condenados. O mesmo se dará com “os pecadores na reunião dos justos” (wehatta’îm ba‘adat tsadîqîm). Eles não podem permanecer ali, pois não é seu lugar. Durante toda a sua vida suas reuniões foram outras.
O salmo termina explicando, no v.6, que a razão da felicidade perene dos que o temem e da desventura dos que agora se alegram na impiedade é que “o Senhor é quem reconhece o caminho dos justos” (iôdea‘ yehwâ derek tsadîqîm). Como a segunda cláusula, que diz que o “caminho dos ímpios fracassará” (we derek resha‘îm to’ved), é contraposta por meio da partícula “mas” (we), a primeira cláusula deve ter uma ideia mais ampla que um simples conhecimento de Deus a respeito daqueles que o temem. A interpretação mais apropriada é a de que Deus age bem para com os seus, dando-lhes uma felicidade eterna, destino este bem diferente do futuro dos pecadores.
Os dois únicos futuros possíveis são “felicidade” para os que buscam a Deus, por meio da fé no Senhor Jesus Cristo, o Salvador, e “fracasso” para os que buscam alegria momentânea e a satisfação de todos os seus desejos.
Por tanto, fique alerta! Se você agora defender e seguir um estilo de vida mundano e longe de Jesus, no qual a falsa felicidade é buscada desenfreadamente a qualquer custo, seu futuro pode ser bem tenebroso. Talvez, o melhor que você possa esperar seja um “cadáver bonito”. Fuja disso crendo e entregando sua vida a Jesus!
Pr. Thomas Tronco
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