sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Igrejas Emergentes (Parte 2)


A crítica bíblica aos modelos de igreja emergente aponta três erros básicos presentes na raiz de suas propostas. Esses erros são pilares sobre os quais todo o pensamento emergente é construído. Se tais pilares forem removidos, o edifício inteiro cairá. Ora, essa demolição é muito fácil. Na verdade, um leve sopro da verdade é suficiente para fazer esses pilares de Isopor vir abaixo.

O primeiro erro que subjaz o pensamento dos defensores da chamada igreja emergente é a crença na falácia de que as conversões a Cristo ocorrem como resultado de táticas e artifícios humanos. Os líderes das igrejas emergentes, ainda que digam não estar comprometidos com nenhum “rótulo” doutrinário, na verdade são ferrenhos defensores da teologia arminiana, segundo a qual o homem tem em si a livre capacidade de “tomar uma decisão por Cristo”. A partir dessa concepção, o trabalho desses ministros se transforma na elaboração incessante de estratégias de convencimento. Seus esforços se voltam, assim, para a criação ou descoberta de técnicas que sejam mais eficazes na atração do não crente. O pastor da igreja emergente sonha, portanto, em encontrar métodos que sejam capazes de persuadir o incrédulo a usar seu “livre arbítrio” de modo certo, recepcionando afinal o cristianismo.

Essas noções, contudo, estão muito longe do ensino bíblico. Para começar, é preciso lembrar que, segundo o Novo Testamento, o incrédulo é um cadáver espiritual, insensível às coisas do Senhor e incapaz de desejá-las (Rm 3.10,11). Por isso, a conversão do pecador nunca tem como causa primária a vontade do homem, mas sim a de Deus (Jo 1.13; 6.65; Tg 1.18). Prosseguindo na análise bíblica, descobre-se que, sendo o homem tão insensível às coisas espirituais, somente Deus tem o poder de atraí-lo (Jo 6.44), sendo inútil o uso de táticas humanas para isso.

Aliás, é bom lembrar que o Senhor atrai o pecador perdido, não por intermédio de iscas artificiais, mas pela atuação sobrenatural do Espírito Santo que convence de forma eficaz a mente entorpecida (Jo 16.8; At 16.14). Como o Espírito faz isso? Usando estratégias de marketing? Não! Ele usa a pregação da Palavra, já que Deus determinou que somente por meio dela a salvação fosse operada (Rm 10.17; 1Co 1.21; 1Pe 1.23).

A Bíblia ensina ainda que, dada a condição deplorável do homem, é o próprio Deus quem, afinal, lhe concede a fé. Na verdade, o texto sagrado ressalta que ninguém pode crer em Cristo sem que isso lhe seja concedido pelo Pai (Jo 6.65; At 11.18; Rm 8.30; 9.18; Ef 2.8; Hb 12.2).

Assim, à luz das Escrituras, os diversos pregadores pós-modernos que anelam despertar no incrédulo o desejo por Cristo com atrativos artificiais são como a criança que tenta acordar o cãozinho morto mostrando-lhe o prato de ração. A pobre criança, ao agir assim, mostra que não compreendeu as suas próprias limitações, nem a ineficácia da ração, nem tampouco o estado horrível em que se encontra o cachorrinho.

(Continua)

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

Nenhum comentário:

Postar um comentário