sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Jesus que Muitos Não Conhecem

O homem mais falado na história humana é Jesus Cristo. Infelizmente, não há uma unidade no que se fala a respeito dele. As pessoas falam livremente do seu perfil e obra, mas pecam em seus comentários porque não o conhecem por completo.

Há uma infinidade de livros que falam a respeito dele e todas as linhas filosóficas e religiosas têm a necessidade de argumentar sobre ele, pois é o mais marcante nome da história. Esse nome abre um espaço largo para a aceitação imediata de qualquer coisa que se diga se “foi ele que disse”. É interessante para os pensadores e líderes usarem a imagem de Cristo sob o seu próprio prisma, visto que por ele se obtém um controle mais forte das pessoas à sua volta.

Mas alguns erros, dentre muitos, precisam estar bem claros no trato a respeito de Jesus Cristo:

1)   É totalmente errado limitar a definição de Jesus Cristo a um personagem histórico. Ele não é um mártir, um pensador, um mágico, um bom homem, alguém de outro lugar;
2)   É também errado dizer que ela é apenas um homem com poder, pois isso é consequência do que ele realmente é. Ele é mais que um profeta, um mestre ou um homem de grande poder, pois isso tudo é o comportamento natural de seu ser.

A Bíblia é a única fonte de referência exata de todas as descrições corretas a respeito dele (Jo 5.35). Até os seguidores de Cristo cometeram este erro e foram reprovados nesta avaliação (Lc 24.19-25). E os seguidores de Cristo são reprovados porque não o recebem como ele é, mas como querem que ele seja (Jo 1.11).

Algumas coisas, por outro lado, são sumárias no real entendimento. Cristo é:

1)   Filho de Deus (Lc 9.35), logo é Deus;
2)   O cordeiro de Deus entregue à morte pelos homens como pagamento pelo preço do pecado (Jo 1.29). A comunhão com Deus depende única e exclusivamente disso;
3)   Senhor que quer ser obedecido (Jo 14.21). Suas ordens também estão na Bíblia;
4)   Criterioso sobre o modo como é apresentado aos povos (Lc 24.25).

Repetindo: O Jesus Cristo correto, dentre tantos outros, é o Jesus da Bíblia.

É responsabilidade dos crentes em Cristo promover o seu nome, saber sua vontade e obedecer seus mandamentos. É necessário levar a sério, pois qualquer desvio leva o discípulo ao pecado (Mt 22.29). Isso é tão real que muitas pessoas que dizer ser crentes nunca conheceram de fato a Jesus, de modo que se deve até mesmo considerar a evangelização dentro do rol de membros das igrejas.

Estas coisas são observadas nas vidas das pessoas pelos seus conjuntos de valores que pelo comportamento revelam que não estão de acordo com a Palavra de Deus e nem em comunhão santa e verdadeira com o Deus da verdade (Jo 14.6).

Se você, crente, quer conhecer a Deus pelo Senhor Jesus – uma coisa é o resultado da outra –, pode começar por textos que, pessoalmente, acho empolgantes como Hebreus 1 e João 14. A Bíblia é integralmente ligada a ele.

Ah! Ele também não é um anjo, viu?! Mas depois podemos falar sobre isso. Conheça-o e compartilhe o que aprendeu.

João Ivo Matos da Silva
Membro da IBR-SP

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Desencorajamento Demoníaco

Há algum tempo escutei uma história sobre um casal de missionários experientes que abandonou o campo missionário após ser surpreendido por mais vicissitudes do que as que estão normalmente reservadas aos que se propõem à vida missionária. As dificuldades eram muitas, o trabalho parecia não progredir e eles refletiram bastante se deveriam ou não manter o plano germinado em seus corações. Logo, optaram por deixar o campo missionário. Entretanto, o marido, já sob o conforto de sua casa e vendo-se livre das intempéries da vida missionária, disse à sua esposa: “O diabo nos enganou”.

O desencorajamento é uma das armas mais eficazes de Satanás contra o povo de Deus. De modo hábil, Satanás tem buscado abater o povo de Deus substituindo a coragem e ousadia oriundas do Espírito Santo pela covardia e abatimento espiritual de origem demoníaca. Por outro lado, Satanás, ironicamente, sabe inverter os papéis da coragem e da covardia entre os seres humanos. Ele desencoraja os crentes a negar a si mesmos e os encoraja a dar vazão às concupiscências da carne.

O resultado? Uma interessante combinação de qualidades: coragem para pecar e covardia para servir a Deus.

Essa estratégia maligna não é nova. Jó foi alvo desse desencorajamento maligno, mas resistiu. Elifaz, o primeiro amigo a se manifestar diante da calamidade em que se encontrava a vida de Jó, não poupou ataques ao amigo dizendo: “Eis que Deus não confia nos seus servos e aos anjos atribui loucura. Quanto menos àqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são esmagados como a traça!” (Jó 4.18,19).

De modo interessante, o texto nos revela que essas palavras de desencorajamento foram dadas a Elifaz por um espírito que passou diante dele, o deixou arrepiado e que a feição não era possível ser reconhecida (Jó 4.15,16). Considerando que as mensagens dirigidas a Jó são claramente caluniosas, não é difícil perceber que Elifaz foi enganado por um espírito demoníaco e, de modo temerário, as descarregou sobre Jó. É importante notar: Elifaz foi o primeiro a se manifestar entre o grupo de amigos!

Desse pequeno trecho emanam, pelo menos, três lições: 1) Satanás utiliza a calúnia e a ofensa para desencorajar os servos de Deus; 2) Satanás faz com que as mensagens de desencorajamento cheguem muito rápido aos ouvidos do servo de Deus que sofre; 3) Satanás pode enganar as pessoas mais próximas do servo para que sua mensagem de desencorajamento chegue aos seus ouvidos com maior credibilidade.

Como combater o desânimo e o desencorajamento demoníaco? Podemos seguir o exemplo de Jó, pois ele resistiu aos ataques de desencorajamento de Satanás confiando nas promessas de Deus: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele” (Jó 13.15). “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

O apóstolo Pedro encoraja os crentes a ter a mesma conduta que Jó diante desses desencorajamentos provenientes de Satanás: “Ao qual [Satanás] resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” (1Pe 5.9).

Diante desses preceitos bíblicos podemos perceber que o conceito da “paciência de Jó” – tão deturpado nos dias de hoje entre os ímpios – possui uma dimensão maior e mais nobre que simplesmente suportar as dificuldades da vida. Ela é uma virtude concedida por Deus aos servos que estão firmemente engajados na batalha espiritual legítima e que estão sob os intensos ataques desencorajadores de Satanás.

“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11).

Leandro Boer

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mudança para Pior

Ouvi, certa vez, que o tempo tem uma maneira toda especial de mudar as coisas e as pessoas. Quanto mais eu vivo, mais concordo com essa frase. Entretanto, não é apenas a vida que atesta o poder do tempo para transformar as coisas. A Bíblia também dá exemplos incisivos nesse sentido. Algumas mudanças são para melhor, como no caso de Jacó que, depois de um histórico contendo algumas trapaças, buscou a bênção que vinha de Deus e não dos seus próprios meios (Gn 32.24-30). Ou do rei Manasses que, depois de um início de reinado terrível no qual chegou ao cúmulo de sacrificar seu filho em uma adoração pagã, recebe uma severa disciplina de Deus e passa por uma conversão que muda totalmente sua vida (2Rs 21.1-16 cf. 2Cr 33.10-16).

Contudo, nem todas as mudanças descritas na Bíblia foram para melhor. O caso de Salomão é um dos exemplos de homens que começaram bem, mas que, com o tempo, foram se desviando dos seus objetivos iniciais e dos caminhos do Senhor. Ele começou seu reinado como um homem de bem e como um bom servo de Deus: “Salomão amava ao Senhor, andando nos preceitos de Davi, seu pai” (1Rs 3.3a). Um das suas primeiras providências foi ir ao tabernáculo, onde Deus lhe disse: “Pede-me o que queres que eu te dê” (1Rs 3.5b). Podendo pedir qualquer coisa, sua oração foi: “Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (1Rs 3.9). Isso foi tão agradável a Deus que este abençoou o novo rei israelita com bênçãos de todo tipo.

Apesar do bom começo, o final da vida de Salomão foi marcado por atitudes ruins e contrárias ao seu desejo inicial. Ele formou para si um harém com cerca de mil mulheres (1Rs 11.3 cf. Dt 17.17), criou um sistema pesado de impostos e de trabalhos forçados (1Rs 11.28 cf. 12.4) e cometeu a loucura de adorar os falsos deuses das suas mulheres (1Rs 11.4-8). A pergunta natural que se faz diante desse contraste é: “O que aconteceu com Salomão? O que o fez mudar tanto?”. Felizmente, para o nosso ensino, o próprio Salomão dá pistas do que ocorreu na sua vida.

Em primeiro lugar, ele não refreou seus desejos. Ele confessa: “Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma” (Ec 2.10a). Seguindo essa filosofia às avessas, Salomão diz que se deu à bebida e ao prazer de muitas mulheres (Ec 2.3,8b).

Em segundo lugar, ele buscou alegria nas posses: “Empreendi grandes obras; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie. Fiz para mim açudes, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro e tesouros de reis e de províncias” (Ec 2.4-8a).

Finalmente, ele deu vazão ao seu orgulho. Ele alcançou o intento de superar a todos: “Engrandeci-me e sobrepujei a todos os que viveram antes de mim em Jerusalém” (Ec 2.9a). Nesse aspecto, ele se tornou um rei invejável, admirado e elogiado por muitos reis (1Rs 10.4-10; 2Cr 9.23,24). Mas os muitos elogios parecem não lhe terem sido benéficos, visto que um dos seus provérbios talvez seja fruto da experiência pessoal: “Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe” (Pv 27.21).

O ponto positivo de tudo isso é que nos fica, pelas Escrituras, a lição sobre o que não fazer e o que não permitir ao nosso coração para que se desvie. Pela pena do próprio Salomão, que aprendeu duramente como não agir, fica a lição que qualquer um pode aprender, mesmo aqueles que não foram dotados com o entendimento dado por Deus ao rei de Israel. Seu conselho vale para todos e é tão atual quanto no dia em que foi escrito: “O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7); e “de tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec 12.13,14). Uma lição importante como essa só pode mesmo ser completada com a famosa frase de Jesus: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mt 13.43b).

Pr. Thomas Tronco

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Cristão Diante da Morte (Parte 2)

Convém agora falar acerca da maneira como o crente deve agir diante de pessoas que sofrem a dor da separação ocasionada pela morte de um parente ou amigo. É comum nessas ocasiões vermos vários indivíduos tentando desempenhar o papel de consoladores, trazendo palavras com as quais pretendem suscitar certo conforto nos que pranteiam.

Porém, infelizmente, nesses momentos, com frequência, ouvimos esses consoladores (que às vezes se apresentam como cristãos ou até pastores!) dizer as mais grosseiras tolices e devaneios, acreditando que seus ares artificiais de sabedoria podem emprestar autoridade às palavras absurdas que proferem. Um diz que o incrédulo morto descansou (!); outro, que, de algum lugar, a alma do defunto estará cuidando doravante daqueles que aqui permanecem; outro, ainda, fica enaltecendo virtudes imaginárias do falecido, suscitando dúvidas nos presentes sobre se vieram ao velório da pessoa certa.

Todas essas demonstrações de ignorância são absolutamente infrutíferas. É na Bíblia que aprendemos como ajudar os enlutados. Paulo ensina, em 1Tessalonicenses 4, com que palavras devemos consolá-los. Ele diz nos versículos 13-17 que, assim como Jesus morreu e ressuscitou, Deus, mediante Jesus, um dia trará juntamente em sua companhia os crentes que morreram; diz ainda que o Senhor, depois de dar sua palavra de ordem, uma vez ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os crentes mortos ressuscitarão; diz também que os cristãos que estiverem vivos nesse dia serão arrebatados junto com os que hão de ser ressuscitados e, entre nuvens, todos subirão ao encontro do Senhor nos ares a fim de permanecer para sempre com ele.

Depois de expor tudo isso, Paulo diz: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (v.18). Por isso, bem fariam todos os cristãos se conhecessem a fundo “estas palavras”. Isso os tornaria mais úteis no auxílio dos que sofrem em razão da separação, evitaria emudecerem diante dos que, inconsoláveis, pranteiam a morte de alguém, e poria freio nos desvios que com soberba os indoutos proclamam em momentos tão propícios à reflexão da verdade.

Evidentemente, as palavras que Paulo escreveu servem apenas para o consolo dos que choram a morte de crentes. No texto analisado acima, o apóstolo ensina sobre a tranquilidade que podemos ter quando pensamos nos mortos em Cristo (1Ts 4.16).

Em se tratando da morte de incrédulos, nenhuma palavra agradável pode ser dita a respeito do estado ou do lugar em que a alma deles se encontra. Isso porque a Palavra de Deus é extremamente amarga quando fala sobre o destino eterno dos que não receberam Jesus Cristo, crendo nele como Salvador de sua vida. Tais pessoas, segundo as Escrituras, estão condenadas ao tormento eterno no inferno, preparado para o diabo e seus anjos, onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga! (Mt 25.41, 46; Mc 9.43-48; Lc 16.19-31; Jo 3.36; Ap 20.11-15).

É claro, porém, que o cristão deve ter tato. Há maneiras sábias de dizer essa verdade num funeral de pessoa incrédula. Basta, durante conversas particulares ou no pronunciamento de um breve sermão dirigido a todos, chamar a atenção não para a condição espiritual do defunto (que já não importa mais), mas para a condição espiritual dos ouvintes. Esse proceder preservará o que realmente é importante e livrará o cristão comum ou o pastor de situações embaraçosas.

Entretanto, é evidente que se alguém perguntar sobre o destino da alma do falecido incrédulo, terá o cristão de, cuidadosamente, dizer a verdade. O consolo enganador é obra do mundo e do diabo, não dos ministros de Cristo. E é melhor os ouvidos dos enlutados serem alertados por verdades dolorosas que o coração deles ser iludido com uma falsa paz.

Uma forma sábia de agir diante de perguntas embaraçosas formuladas nesses momentos é fazer o interlocutor chegar a suas próprias conclusões. Basta responder-lhe brandamente com perguntas do tipo: “A Bíblia diz que só os crentes em Cristo são salvos. Ele era crente em Cristo?”. Respondendo a essa questão, o interlocutor chegará às suas próprias conclusões, sejam elas tristes ou não. Caso responda que não sabe, então o servo do Senhor deverá dizer: “Se não sabemos se ele morreu tendo fé em Cristo ou não, também não podemos saber onde a alma dele está”.

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria